terça-feira, 2 de julho de 2013

Sobre a minha arara azul




"Ara Ararauna ;família dos Psittacidae ; a arara – canindé possui a coloração azul em sua plumagem, com o ventre amarelo e a fronte verde. Possui riscos pretos em sua cara branca, chega a atingir 80 cm de comprimento e até 1.350 gramas de peso" e blá blá blá.

Não, ele não é minha arara azul por isso. Não é azul, não tem o ventre amarelo nem nenhuma dessas características físicas.
Não, ele não tem asas (apesar de me fazer voar sempre que o mundo real fica muito chato).
Ele, a minha arara azul, só tem uma característica em comum e talvez a mais linda entre todas as outras: é o único que conheci da espécie homo sapiens sapiens que assim como as araras azuis é monogâmico.
Não concorda com as estatísticas, nem com o senso comum e muitas vezes não concorda comigo também.
Não gosta de gente que não sorri ou que só ri.
Minha arara azul, é só minha e quer ser só minha. Faz de qualquer lugar do mundo o nosso ninho, transforma qualquer almoço meia boca no almoço mais incrementado e divertido do planeta, muda minha forma de ver as coisas, porque sempre conhece um lugar mais alto onde a vista é melhor.
Para quem não conheceu ainda sua arara azul, isso tudo vai parecer balela (sei disso porque já pensei assim um dia), para vocês, eu desejo sorte (muita sorte!), porque essa espécie está quase em
extinção, então ame, ame de verdade, todos nós animais, precisamos de afeto e se você assim como eu, tiver enfim encontrado a sua arara azul, vai saber que o resto da sua vida será ao lado dela e esse vai ser um dos seus maiores desejos.


Que nada no mundo possa nos deter, que nenhum motivo possa nos afastar, que nós sejamos pra sempre como duas araras azuis, que dedicam suas vidas ao seu amor, que protegem seu ninho com a própria vida, que envelhecem juntas e até mesmo após a morte, muitas vezes permanecem fiéis.
Agradeço ao universo, pela sorte de ter alguém para me manter firme quando tudo desmorona.
Que sejamos cada vez mais felizes. 
Amém.
















"Que meu amor não será passageiro, te amarei de janeiro a janeiro até o mundo acabar"





domingo, 27 de janeiro de 2013

Conspiração universal

Passei o tempo todo pedindo, pedindo, pedindo... Hoje em dia, só quero agradecer e só pedir que tudo permaneça bem assim como está.
Pode até parecer infantil ou não muito culto, mas eu achei muito mais charmoso um ogro do que um príncipezinho de Cinderela, Shrek sempre me pareceu muito mais sincero.

Um citação de "Shrek para sempre" descreveu muito bem o que passamos muito tempo pra entender:
"Desde quando essas coisas levam muito tempo para acontecer? As coisas certas nunca levam. A pessoa certa entra na sua vida e você sabe na hora,Fiona. São as erradas que exigem um longo tempo" 

E é exatamente assim que eu me sinto hoje, entendi que quando é a hora das coisas acontecerem, elas simplesmente acontecem. Eu, logo eu, que pensava que não existia essa coisa de amar alguém a ponto de sentir saudade em dez minutos sem vê-lo, eu que sempre achei todo mundo tão ridículo quando diziam que um dia eu iria entender. Eu, a dona da razão cheia de limites, regrinhas e ideais, aquela que enjoava de qualquer um que passasse mais de 24 horas comigo, de repente me vi sorrindo pro nada e feliz por ter alguém deitado no meu sofá em um domingo chuvoso. 
Me vi, encantada por um sorriso, pelos olhinhos apertados, pelo abraço caloroso, pelas sardas que dão um ar de menininho levado... De repente me vi agradecendo a Deus mentalmente por ter alguém pra segurar as barras pesadas comigo, pra compartilhar as novas alegrias, pra me fazer surpresas boas, ou sei lá, pra fazer coisas da rotina, mas muito importantes pra mim, coisas feito levar minhas cachorras no veterinário ou almoçar na casa da minha avó.
Irônico ser cética em um dia e alguns meses depois ser a pessoa mais crente no amor que existe no universo. Ainda bem, só os infelizes e ignorantes não mudam nunca, ser mutável, faz parte de ser humano.
"A pessoa certa entra na sua vida e você sabe na hora,Fiona.", Frase muito certa! A gente sabe, mesmo que inconscientemente, quem vem pra ficar. E sim, eu sei que ele veio pra ficar...

Ai de mim se não fosse essa conspiração universal que trouxe tudo isso pra mim, ai de mim se eu não tivesse esse amor que me trouxe paz...
















Sei... Eu sei ♪

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Primavera

Nessa vida louca, entre poucas horas de sono, muitas horas de estudo e leituras intermináveis, de vez em quando me flagro olhando pro nada, ou sei lá, admirando o céu bonito que fica laranjinha em algumas tardes raras. É setembro, a primavera tá batendo na nossa porta, mas o frio de junho ainda não saiu daqui.
Na realidade, o frio de junho, aquele friozinho chato que não deixa a gente levantar no horário certo, não sai daqui faz um tempo, esse lugar, não é na minha casa, nem em São Paulo, esse lugar é aqui dentro de mim, de você e de tantas outras pessoas que espalham sorrisos luminosos por aí, mas sentem um frio enorme dentro de si. Eu confesso que sim, eu tenho sido uma dessas pessoas.
Pra não pagar de mau humorada, deprimida e afins, a gente estampa no rosto um sorriso, mas como já diz O teatro mágico "sobra tanta falta" que fica difícil preencher.
Eu quero florir, fazer mais, ser mais, sentir mais. Tem hora que cansa ter a vida cronometrada, ter o tempo todo restrito, ter a obrigação de ser legal, eficiente, pontual, saudável, sorridente e blá blá blá. Cansa não ter com quem compartilhar um gosto bom recém descoberto, um afago diferente, uma volta em qualquer lugar. Existem coisas que não adianta ter um milhão de amigos, nenhum deles vai trazer o que um amor, paixão ou seja-lá-o-que-for traz.
É quase primavera, e tudo que eu não queria era passar mais uma estação sem o coração florido.










Escolha feita inconsciente, de coração não mais roubado...



sábado, 3 de março de 2012

Tempo, tempo, tempo, tempo...

Tenho escrito pouco e vivido mais.
Levanto cedinho todos os dias, leio jornais, dou risada, passeio com minhas cachorras, viajo, ouço música e agora não faço essas coisas por outro alguém.
Às vezes deixar alguém ir embora da nossa vida deixa um vazio tão grande que a gente aprende a se amar. Em dois meses eu aprendi isso: Que às vezes a gente precisa perder algumas pessoas, porque é aí que a gente se acha. Relembro de vez em quando (naquelas tardes que a gente surta até no meio do trânsito) do tempo não tão distante que eu esperava ansiosamente por uma mensagem me convidando pra um cineminha ou pra um almoço com a mamãe dele e sinto um pouquinho de saudade, porque depois de tanto tempo sendo o step na vida de alguém, acabei acostumando, mas deixei ir embora.
Cansei de repetir que eu ia mudar, que eu ia parar de responder as mensagens e mudei de verdade. Mudei sem perceber e sem que ele percebesse. Um belo dia acordei e já estava tudo diferente, eu, ele, minha saudade, as músicas que tocam no meu player e a paisagem do passeio com a minha cachorra. Tudo mudado, mas nem tudo pra melhor.
Pra mim, o tempo é uma espécie de Deus que faz a gente se ver tão ridículo no passado que dá vontade de rir da nossa cara, esse tempo me fez um grande bem, tomei coragem pra olhar no espelho e me ver sozinha e sem a maquiagem borrada.
Talvez eu pire de novo daqui a um mês ou daqui a uma hora, mas não me interessa não, o tempo muda a gente e molda a gente também. Tenho dado mais atenção à quem merece de verdade (pelo menos por enquanto). Nosso tempo é relativo demais e a gente passa a maior parte dele sendo quem a gente não quer ser.








"O mais importante e bonito do mundo é isto: Que as pessoas não são sempre iguais, ainda não foram terminadas - mas que elas vão sempre mudando. Afinam ou desafinam, verdade maior. É o que a vida me ensinou." 
- Guimarães Rosa










sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Coragem, às vezes, é desapego

Hoje de manhã, enquanto respondia uns e-mails e apagava outros, achei uma conversa antiga com aquele amigo tão lindo e tão incrível por quem eu nutria uma admiração sem tamanho. Era uma conversa daquelas que a gente ri sem saber exatamente do que, mas no fundo sabe que não é pelo assunto, mas sim pela pessoa que está conversando.
Mergulhei na nostalgia.
Entre tantas coisas que entendi, uma delas foi que tudo começou no dia que ele me tirou pra dançar e fez com que eu esquecesse tudo ao redor, porque ali eu estava dançando com o melhor amigo do todos, ou o melhor dançarino de todos, e qualquer coisa que ele fizesse, ele seria o melhor de todos pra mim. Eu nunca escrevia um texto pensando nele, aquilo que eu sentia era limpo demais, pra eu sujar escrevendo um monte de asneiras e definições, que seriam sempre pequenas quando comparadas com nossos risos fáceis e beliscões sem motivos.
A gente era livre. Não existia nenhum compromisso sério, nem alianças ou almoços com a família, mas a gente queria o bem um do outro, a gente tinha um cuidado com o sentimento como se ele fosse de cristal, cada palavra tinha um milhão de significados, e todos apenas reforçavam o quanto aquela coisa de outro mundo era forte. A gente nem se agarrava, nem se comia com os olhos, mas um ele me dava a mão e eu sabia que estava recebendo a energia mais positiva que ele tinha e compartilhando um pouco do sentimento mais louco e confuso que existia em nós.
Cada um sabendo quando era a hora de matar a saudade do outro, e pelo menos mandar uma mensagem bem ridícula às duas horas da manhã. Então talvez por causa de tudo isso, eu jamais cogitava a possibilidade de escrever sobre nós. Parecia pecado. Eu costumava escrever sobre a vida, o medo, os caras imbecis que estragam tudo, e tantas outras coisas que dessem na telha, mas sobre nós não.
Podia passar quanto tempo fosse, não importava, qualquer encontro por mais curto que fosse era o suficiente para restaurar a nossa intimidade. Foi a partir daí que me ferrei.
Por tanto tempo amando, cuidando, desejando, respondendo mensagens e socorrendo na carência, eu virei opção certa. Não tinha dúvida nenhuma que se me ligasse eu ia atender, que se me pedisse socorro eu cruzaria a cidade e iria socorrer. E acredite, não existe nada pior do que virar opção certa.
Então hoje estou escrevendo sobre ele porque ele virou um cara igual à todos os outros que mereceram um texto meu. E nosso sentimento de cristal virou pedra pra ele feito todos os outros que passaram, e por isso eu posso escrever sem medo de quebrá-lo, sem ligar nem responder mensagens, até porque não chegam mais mensagens. Ele se tornou alguém que não tá nem aí pra toda a porcaria que aconteceu entre nós. E eu vou me tornar alguém assim também.
Então dane-se, as pessoas mudam e eu devia ter me acostumado. E dane-se ele, o sonho de amizade colorida eterna, o tempo que perdemos e a raiva que já deixei de sentir.
E como diria a maior musa da literatura Clarice Lispector "Não se preocupe comigo, eu sou feliz."





Coldplay - Paradise
Life goes on
It gets so heavy...

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Sobre a coragem...

Faltam poucos dias para que eu me despeça desse ano louco, lindo e extremamente decisivo na minha vida. Na verdade, sempre acreditei que cada dia era extremamente decisivo, mas nesse ano eu fiz e passei por todas as provas que a vida pode nos dar de que a gente no fim das contas não é nada sem a nossa fé. A vida, Deus, o universo e as pessoas me provaram que eu precisava de muito mais fé e que eu devia deixar de ser idiota e egocentrista para tentar então ser feliz.
A vida real bateu na minha porta e eu fui a pessoa mais covarde do mundo quando ao invés de abri-la, só tive coragem de tomar uma cartela de remédio e me iludir de que tudo ficaria bem e que eu iria dormir em paz para sempre.
Tudo ilusão. No fim das contas não senti um sono profundo, nem sonhei com unicórnios, muito menos tive um sono doce. Tudo ao contrário. Tudo sem encanto. Tudo por culpa do medo de mundo imenso que eu sentia toda vez que via minha vida seguir sem rédeas. Porque para pôr a vida em risco ninguém tem que ser corajoso, coragem, a gente precisa para continuar vivo. E hoje, mas só hoje eu entendo isso.
E eu sou dessas que precisa quebrar a cara para perceber que tem um muro na frente do caminho. Então decidi destruir meus muros. Cansei. Talvez pela primeira vez na vida, senti um medo real de morrer, de deixar quem eu amava, de não ver minha cachorra abanar o rabinho e pedir pra passear. Pela primeira vez, talvez eu tenha olhado para o resto do mundo que pedia que eu não fosse embora e que eu deixasse de ser tão louca e percebesse que eu podia sobreviver à todas as feiuras que o mundo ainda iria me mostrar.
Depois da meia-noite do dia 31 de dezembro de 2011, eu não vou mais falar sobre isso, vai ficar aqui guardadinho no passado e um dia eu sei que vou lembrar, reler esse texto e talvez sorrir pensando o quanto é bom crescer de vez em quando.
Depois de tudo, agora eu sinto que resgatei a menininha cheia de coragem que eu era com cinco anos de idade e deixei pra trás a pessoa medrosa que eu estava me tornando. Não que da noite pro dia eu tenha revolucionado minha vida, mas depois de acordar no dia seguinte de toda a minha loucura e ver que eu podia nunca mais abraçar as pessoas mais importantes do meu mundo, nem ler meu romance à noite, nem pegar um sol e ver o mar, eu enfim entendi que a vida vai além daquela minha visão pequena, que eu era parte de algo maior. Enfim eu vi que eu podia sentir solidão, chorar horrores, me sentir mal, louca, burra e ser errante, mas que eu era feita para suportar.
E eu decidi suportar. Uma vez uma amiga me disse no meio de uma conversa informal, que tudo nessa vida era decisão, que eu podia ser o que quisesse desde que tivesse decidido isso.
E depois de tudo, lembrei disso e só decidi ser, não estar, nem ter, nem sentir. Meu verbo daquele dia em diante era "SER".
E a partir de 2012 não vou mais mexer em nada disso, vai ficar aqui escrito, vai ficar na minha memória, vai ser feito um conto triste que eu escrevi que servirá de lição sobre "o que não fazer com a sua vida". Vai ser isso e só.








E permanecendo tranquilo aonde for. Paciente, confiante, intuitivo 


quarta-feira, 30 de novembro de 2011

And I go back to December...

Amanhã é dia 01 de dezembro de 2011.
E eu sem motivo certo ou por causa de um motivo só (que eu bem sei), todo fim de ano fico louca assim. Acordo com uma crise existencial pronta para ser implodida dentro do peito. Na realidade, sempre tenho uma crise a ponto de bala pra acontecer. Chego em casa chorosa depois de perceber o quanto estava perdida nessa vida maluca, desenterrei um milhão de motivos pra morrer de chorar e quase morro de tanto chorar mesmo.
Penso em tudo que fiz esse ano (sim, eu sei isso é algo que as pessoas fazem no ano novo, mas eu não), penso nos acertos e nos erros, na nota ruim que tirei na faculdade, penso nos bons dias que eu fui feliz demais, nas vezes que corri atrás de quem não merecia, nos dias que perdi dentro de casa ao invés de sair pra ver o sol. Aí que choro mais.
Alguém deveria me proibir de pensar assim, ou pelo menos de pensar tanto.
Mas sempre me aparece minha Mãezinha com toda a sabedoria que a vida trouxe pra ela pra me mostrar que eu sou mesmo uma boba e que eu deveria deixar de ser maluca.
E hoje ela me fez algumas perguntas que secaram meu choro na hora. Ela veio assim de mansinho, secou uma lágrima e perguntou: "Onde você estava dezembro passado?" "Por quais motivos você andava toda chorona dezembro passado?" "Seu medo não era perder seus amigos pro tempo e não conseguir sobreviver à faculdade?"
Pensei nas respostas e vi que na verdade eu estava chorando porque queria mesmo era voltar para dezembro passado, para o ano passado, para um abraço que eu não tenho mais todas as manhãs.
Eu já cheia de vergonha nem sabia mais respondê-la, só olhei pra ela com aquele meu olhar que diz que ela tem toda razão.
Depois disso, ganhei um abraço e ela só me disse: "Chora não minha menina. Você ainda vai ter que enfrentar muitos finais. E se esse cara aí não vingar, não vai ser a primeira vez que não vinga, você merece mais."

Sosseguei. Se minha mãe diz que vai passar, é porque vai, se ela diz que se não der nada certo eu supero é porque eu vou superar.

Eu acredito, ela sabe o que diz.




Nos ouvidos: Taylor Swift - Back to december 



And I go back to December all the time,
It turns out freedom ain't nothing but missin' you
Wishing that I realized what I had when you were mine
And I go back to December, turn around
And make it all right...